quarta-feira, 23 de abril de 2008

Esse Céu

LÍVIA PELLEGRINI

Um rastro dourado reflete um sonho âmbar
E deita-se sobre a cidade inteira,
Exalando o doce delírio repentino e eterno
De passos juvenis em noites brancas...

Atônito, o corpo retumbante
Suaviza as circunstâncias urbanas e
Comunga com os passantes
o gosto azul da tarde insone.

Augúrios e profanações
Seu silêncio ultrapassou aquele admirado
Sobrou-lhe o grito rasgado e o olhar contemplativo
A perdição e seus suplícios...

À margem.

O incauto e a sola gasta
Um céu de chumbo sobre nossas cabeças
E o descompasso
surpreendendo as tomadas de decisão

Cisão.

Abre-se a alameda em brancos lírios
Chão rasgado de lamúrias.

Na contramão,
musas emergem do centro do mundo
e dançam sob a réplica da vitória.

Atavismo & Luxúria.

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